Dólar sobe e Bolsa cai com terremoto no mercado após ataque de Israel
Logo nas primeiras horas de negociações nos mercados internacionais, os preços internacionais do petróleo se aproximaram de máximas em meses
atualizado
Compartilhar notícia

O dólar operava em alta nesta sexta-feira (13/6), em um dia que promete ser de forte turbulência nos mercados após o ataque de Israel a instalações nucleares no Irã, que ampliaram o temor acerca de um possível conflito generalizado no Oriente Médio.
Logo nas primeiras horas de negociações nos mercados internacionais, os preços do petróleo já começaram a ser fortemente impactados pelo ataque israelense e se aproximaram de máximas em vários meses.
Outro efeito dos ataques é a queda dos mercados de ações mundiais, que já registram fortes perdas. Na Europa, as ações recuaram para o patamar mais baixo em três semanas. Nos Estados Unidos, futuros de ações tombavam mais de 1% antes da abertura do pregão.
Dólar
- Às 13h02, o dólar subia 0,17%, a R$ 5,552.
- Mais cedo, às 11h17, a moeda norte-americana avançava 0,24% e era negociada a R$ 5,556.
- Na véspera, o dólar fechou praticamente estável, em leve alta de 0,07%, cotado a R$ 5,542.
- Com o resultado, a moeda dos Estados Unidos acumula perdas de 3,08% no mês e de 10,32% no ano.
Ibovespa
- O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em queda.
- Às 13h19, o Ibovespa recuava 0,27%, aos 137,4 mil pontos.
- No dia anterior, o indicador terminou o pregão em alta de 0,49%, aos 137,7 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 0,56% em junho e de 14,56% em 2025.
Petróleo dispara após ataque de Israel
A alta nas cotações do petróleo após o ataque israelense ao Irã é a maior, para um único dia, em ambos os contratos (Brent e WTI), desde 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia e deu início a uma guerra que se desenrola até hoje.
Por volta das 7h20 (pelo horário de Brasília) desta sexta-feira (13/6), o preço do barril de petróleo do tipo Brent (referência para o mercado internacional) avançava 8,9% e era negociado a US$ 75,55.
Um pouco mais cedo, a cotação chegou a US$ 78,50, o valor mais alto desde janeiro deste ano.
No mesmo horário, o preço do barril de petróleo do tipo WTI (referência para o mercado dos Estados Unidos) subia 9%, cotado a US$ 74,42.
Nesta sexta, o WTI também atingiu a máxima de US$ 77,62, o maior preço desde janeiro.
Em outros mercados, as ações vêm despencando, o que levou a uma “corrida” em direção a ativos considerados mais seguros – como o dólar, o ouro e o franco suíço.
Ataque de Israel ao Irã
O ataque de Israel contra instalações nucleares no Irã deixou o mundo em alerta máximo para possível escalada bélica envolvendo outras nações. Embora os EUA afirmem não ter se envolvido na coordenação da operação de Israel, o histórico apoio dos norte-americanos aos israelenses, de maneira indireta, a maior potência do mundo no radar de uma retaliação. Outro ponto de apreensão é a “cooperação bilateral” entre os iranianos e a Rússia.
As últimas informações são de que, além das instalações de enriquecimento de urânio, houve destruição de regiões habitadas por civis, inclusive com vítimas, mas os números e as condições destas não foram divulgados.
Após o programa nuclear do Irã ter sido atingido, o governo do país anunciou que vai retaliar a ação bélica. Um comunicado divulgado pelas Forças Armadas do Irã falou sobre possível operação de resposta. O texto diz, inclusive, que pontos dos EUA no Oriente Médio podem ser alvo de ataque.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram a autoria do ataque dessa quinta e afirmaram que os alvos teriam sido instalações “nucleares em diferentes áreas do Irã”. As explosões foram registradas na capital Teerã, mas também há relatos de bombardeios em vários pontos das imediações da cidade.
O ataque foi um duro golpe para o Irã, pois matou o comandante-chefe da Guarda Revolucionária (IRGC) do país, Hossein Salami, o comandante sênior do IRGC, Gholamali Rashid, e os cientistas nucleares Fereydoun Abbasi e Mohammad-Mehdi Tehranchi, conforme anunciado pela própria agência estatal de notícias.
A investida contra o Irã não deve se resumir ao bombardeio dessa quinta. Se depender das intenções do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a ofensiva deve se estender nos próximos dias. “Esta operação continuará por tantos dias quanto forem necessários para remover esta ameaça”, anunciou Netanyahu, em um pronunciamento.
O exército israelense, no entanto, já espera contra-ataque iraniano. Logo após atingir o rival histórico no Oriente Médio, as autoridades de Israel declararam estado de emergência no próprio território e fecharam o espaço aéreo. O mesmo foi determinado pelo Irã.
Serviços no Brasil e confiança do consumidor nos EUA
Além da preocupação com os desdobramentos do conflito entre Israel e Irã, os investidores acompanham neste último dia de pregão na semana a divulgação de indicadores econômicos no Brasil e nos EUA.
No cenário doméstico, o principal destaque é a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de abril, divulgada nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em abril, o volume de serviços no Brasil teve alta de 0,2% em relação ao mês anterior, o terceiro resultado positivo consecutivo.
Na comparação anual, em relação a abril de 2024, o volume de serviços no país cresceu 1,8% – foi a 13ª taxa positiva consecutiva.
No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o segmento de serviços subiu 2,2%. Já no período de 12 meses até abril, a alta foi de 2,7%.
Nos EUA, as atenções se voltam para os dados da Universidade de Michigan sobre o índice de confiança do consumidor norte-americano, que avançou de 52,2 pontos (em maio) para 60,5 (em junho).