Trump deu sinais de que EUA sabia do ataque de Israel ao Irã
Irã ameaçou retaliar contra Israel e pontos dos Estados Unidos no Oriente Médio, caso seu programa nuclear fosse alvo de ataques
atualizado
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Nos últimos dias, o governo dos Estados Unidos deu sinais de que Israel poderia atacar o Irã e desencadear uma reação contra suas posições no Oriente Médio. Por isso, a Casa Branca determinou que suas embaixadas na região, em países como Iraque, Kwait e Bahrein, fossem esvaziadas.
O movimento surgiu depois de o regime iraniano, liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, ameaçar atingir bases norte-americanas em países vizinhos, caso seu programa nuclear fosse atacado.
Durante entrevista na Casa Branca, nesta quinta-feira (12/6), o presidente Donald Trump foi sincero e afirmou que percebeu a chance de um “conflito massivo” no Oriente Médio. Ele negou que o governo israelense tenha alertado os EUA sobre um possível ataque contra o Irã, mas afirmou que “não deu nenhum aviso” para seus cidadãos na região de que algo podia acontecer.
“Temos muitos americanos nesta área [Oriente Médio], e eu disse: olha, temos que dizer a eles para saírem porque algo pode acontecer em breve”, afirmou o presidente norte-americano. “E eu não quero ser aquele que não deu nenhum aviso quando os mísseis estiverem voando contra seus prédios”.
Negociações
Para alguns analistas, a movimentação era vista como uma forma de Washington pressionar Teerã antes da nova rodada de negociações nucleares, previstas para acontecer no próximo domingo (15/6), em Omã.
No último dia 9 de junho, Trump conversou com Benjamin Netanyahu por telefone e voltou a se opor contra os planos de Israel atacar o Irã. A justificativa para uma operação israelense contra o território iraniano seria o avanço do programa nuclear do país persa.
Nas últimas semanas, o Irã tem se negado a aceitar uma das condições norte-americanas indiscutíveis no possível acordo nuclear: o fim do enriquecimento de urânio, a matéria-prima para a fabricação de armas nucleares.
Ao invés disso, o regime do aiatolá Ali Khamenei anunciou nesta quinta-feira (12/6) – horas antes de ser atacado -, que iria elevar “significativamente” a produção de urânio enriquecido no país.