Após morte repentina, amigos homenageiam “guardião da mata” de condomínio do DF
Lindomar Ferreira Soares, 58 anos, morreu no último dia 30 após infecção generalizada causada por um trauma no ombro. Ele reflorestou o RK
atualizado
Compartilhar notícia

Os amigos decidiram preparar homenagens após a morte repentina de Lindomar Ferreira Soares, 58 anos, ocorrida no último dia 30. Uma missa de sétimo dia foi marcada para a próxima sexta-feira (5/1), às 19h, no Santuário São Francisco de Assis (915 Norte). Outro evento está sendo preparado por um clube ao qual ele pertencia e será realizado no próximo dia 14 de março. Trata-se de um tributo à memória do “guardião da mata” do Condomínio RK, no Grande Colorado.
Conhecido pelo trabalho voluntário de reflorestamento da mata do conjunto habitacional com áreas de preservação ambiental, Lindomar teve a morte confirmada após uma infecção generalizada ocasionada por uma lesão no obro. Enquanto morador do local, ele decidiu plantar mudas em áreas devastadas e criar trilhas ecológicas. Atualmente, o local é objeto de interesse de grupos de estudos sobre o meio ambiente e ponto de educação ambiental para escoteiros.
Oficialmente, Lindomar trabalhava como motorista da Embaixada da União Europeia, mas dedicava o tempo restante para conscientizar os moradores sobre a importância da integração com a natureza e a necessidade de respeito o meio ambiente.
“Ele teve essa lesão, a qual gerou um trauma. Surgiu uma bolsa de sangue, que rompeu e deu a infecção generalizada. É muito difícil falar dele. Meu pai trabalhava com toda a parte de reflorestamento do condomínio e também combatendo o mosquito da dengue. Ele cuidou da recuperação da mata, fez as trilhas ecológicas, criou formas de visitar a nossa cachoeira e fez um o sustentável”, disse a filha, a pedagoga Mariana Rocha Soares Rosa, de 27 anos.
Legado
Para o síndico do RK, o advogado Paulo Alves, o trabalho realizado pelo voluntário morto recentemente deixará um legado para as próximas gerações.
“Para mim, o seu Lindomar era um ser iluminado e irradiava alegria por onde ava. Era um homem integrado com a natureza, com o bem, e deixou para nós uma lacuna. Ele atuava voluntariamente no condomínio e tratava nossa reserva como extensão da casa dele. Pelo hábito de usar roupas camufladas, acabou sendo chamado carinhosamente de ‘guardião da mata'”, disse.
Responsável pelo conjunto habitacional que reúne cerca de 8 mil moradores, Paulo Alves garante que a comunidade aprendeu com o trabalho realizado pelo voluntário.
“Essa ação dele na preservação da natureza despertou o mesmo sentimento em muitos moradores. Ele lançou essa semente e estamos colhendo os frutos. Se pudesse resumir numa frase, diria: Lindomar, um ser de luz”, emocionou-se.
Lindomar deixa a mulher e duas filhas.
